A vida é desordem, bagunça, confusão. Emoção, e não previsão. Com a vida, não se pode ter razão. Vida é caos, o deus mais antigo. Caos é vida. É força, primitiva. O ar, entre a terra e o céu.
Assim como vem, ela vai. Sem avisar. Efêmera. Suave, como uma aragem. Incerta, como mulher.
É vento, sem direção. Não segue protocolos, nem tenta. Não gosta. Ela quebra todos, esfacela, sem perdão. Detesta. A vida é surpresa.Vazamento. Infiltração. É coisa que chega sem bater na porta. Arrombando. Que escorre pela parede, transborda, inunda. É coisa que corre, pelas frestas, pelos cantos, pelas veias. Abusada.
Ela traz tristeza, decepção e raiva. Frustração. Traz alegria, magia e paixão. Traz amor, harmonia e separação. Traz coisas. Tantas coisas, a vida traz.
Nada disso pede licença. São coisas repentinas. Serpentinas. Confetes. Vão entrando, por bem, ou por mal. Sem serem convidadas. Não têm educação, estas coisas.
As coisas da vida são sempre penetras. Como a vida. Não esperam. Acontecem. Fazem a festa. Vão ficando. Tomam todas. Ou desaparecem.Coisas que a vida traz. E leva. Sempre, um leva e traz. Vida não tem coerência. Por um triz não tem consistência.
Porque a vida não é lugar decorado, bonitinho, planejado. Compartimentado e bem arrumado.
Não é rocha, concisa e sólida.
É flor que brota na pedra. Água que corre com o rio.
É flor que brota na pedra. Água que corre com o rio.
É brisa que voa. E que foge. Um vazio.
Espaço de tempo, e sopro. Fugaz.
Sim , que nem um encontro: tão leve e tão breve
ResponderExcluirBelo!
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