quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Na fímbria da noite


te escolho todas as vezes
em silêncio

não há vento

a solidão se encontra no cais
onde não me esperas
errante vigia

o último pesqueiro
a motor
te levou faz um tempo

agora faz frio
o último
súbito clarão
é da cor do meu vestido
de noiva
de puta
de mulher

é da cor do meu sangue
ancorado
sob este céu imóvel
que te deixou partir

Daniela Altmayer