segunda-feira, 6 de maio de 2013

À Espera


Te leio e tuas palavras percorrem minha espinha.
Se alojam, lá embaixo. Causam dor e prazer. Prazer e dor.
E é bom.Eu gosto.Aumenta minha fome, minha sede, minha ânsia.
Testa os meus limites, todos. Suave tortura.
Faz frio lá fora, o primeiro friozinho de outono. Mas eu não sinto.
Meu corpo é quente, à espera do teu.
Passo o dia em transe, a noite em  claro. O tempo parece ter ficado mais longo, as horas mais cheias.
A espera prolonga os dias, alimenta o desejo, enche de saudade.
Tem um gosto agridoce, pungente, delicado. Uma urgência sutil. Tântrica.
Antecipação do gozo. Do contentamento. Antecipação do encontro. Da entrega.
Urgência sem pressa. De percorrer a tua pele, descobrir teus caminhos, me perder nos teus pêlos.
Me encontrar nos seus olhos.
Me confundir com teu gosto, teu cheiro, teu corpo. Ser tua presa. E estar presa, em você.


Dani Altmayer

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