quarta-feira, 19 de julho de 2023

Paradoxos

 


O rio caudaloso da cor do chocolate quente

Faz ponte
Logo atrás a cidade tem o céu arranhado de concreto crescente
Desenfreado
Em altas torres pretensiosas São Paulo não ensinou nada
A quase ninguém

Mas ali onde o rio as nuvens os pássaros
Logo adiante na estrada esburacada os lagos pastagens milharais
A vista que a vista não alcança
O sol nascendo atrás do morro
Pintando de azul os verdes infinitos
As araucárias imponentes a neblina
a velha casa de madeira desbotada
onde o fogão a lenha adivinho

Ali onde o tempo não corre nem faz questão 

domingo, 16 de julho de 2023

É isso

 


Nunca fez tanto sentido a frase aquela, você pode viver anos com alguém e de repente, descobrir que esse alguém é o mais perfeito desconhecido.

É que a vida é esse fluxo constante, que não deixa o eu de agora ser igual ao de antes, a não ser que eu me agarre firme nas minhas convicções e ideias, e ainda assim, as enxurradas. As intempéries, os ventos, as revoluções.

Levam as certezas para lá, feito a música do Chico, meu hino de vida, a roda viva.

Eu de hoje mal conheço a eu de ontem, ainda assim tenho a pretensão de achar que conheço o outro, quanta empáfia da minha parte, ou ingenuidade, quiçá, ainda assim.

Não reconheço.

A dor que a gente sente quando o amor se transforma em estranheza. Quando ele se vai, desgarrado. É uma dor ardida, porque a gente sempre acredita.

Acredita que o amor é mais forte que a passagem do tempo, é mais forte que a chuva e o vendaval, a gente acredita que na essência ainda somos os mesmos, aqueles que nasceram da mesma mãe e do mesmo pai, ainda que caminhos cruzados se descruzem, se desviem em vias lindeiras, ainda assim. Haveria de restar o que foi. A origem. O que somos, isso e aquilo, e o amor. Feito bússola, ou casa. Para onde voltar. O norte. Mas não. Não. 

No fundo, sabemos que a história não se apaga, apenas se cobre de silêncios.

E mágoas. As malditas águas, os véus, inúteis lágrimas. 

As despedidas em vida são sempre cruéis.

Algumas vezes, necessárias. Mas sempre cruéis.

Que Deus é esse, me diz. Que não se chama AMOR?






quarta-feira, 12 de julho de 2023

Isabella 11


O tempo joga sujo com a gente, é só piscar o olho e, cadê ?

Lá se foi o bebê, a criança, agora me surge essa  mocinha, e dizer mocinha é coisa de tia mesmo. Moça, então. Menina-moça, antigamente. Deixa assim, porque é isso.
A princesa bailarina, cheia de imaginação e sapeca se transformou numa quase adolescente, uma tween linda e inteligente, sensível e, assim espero, cheia de sonhos.
Porque se tem uma idade boa para sonhar alto e forte, é essa. Onze anos.
Onze anos de um amor sem fim. Onze anos dessa lindeza, e um mundo mais bonito porque ela existe.
Happy birthday, minha Bella. Nossa Izzie.
TiDani te ama, ao infinito e além.
❤️