sexta-feira, 10 de maio de 2013

Se, então.


Se a vida é um imenso jardim, onde existe de tudo,  desde flores lindíssimas até ervas daninhas e plantas carnívoras, venenosas, então temos que ter cuidado com o que a gente planta. Porque, se tudo é questão de plantio e colheita, por que reclamamos tanto depois? A escolha é de quem? Você planta um nabo e espera colher uma cenoura. Você planta uma roseira e se queixa dos espinhos. Você não planta nada e fica puto da cara quando não cresce nada.
Se toda ação gera uma reação, se tudo é causa e consequência. Se laranjeira não dá melancia. Se em uma pimenteira não nasce um amor - perfeito. Se você esqueceu do adubo, como pode reclamar que não vingou? Se o solo é seco ou árido, e você não regou. Se plantou no lugar errado, e não deu. Se plantou no lugar certo, depois esqueceu.
Se tudo é um eco, e você recebe de volta tudo aquilo que enviou. Se o mundo é um bumerangue. Se você adota um gato, querendo um cachorro. Se você bota sal, mas quer muito doce. 
Se você repeliu, quem vai se aproximar? Se você se escondeu, quem vai te achar? Se você diz não, quem pode adivinhar que sim? Se você tem preguiça, quem vai fazer, então? Alguém? Se você planta solidão e reclama,  a culpa é de quem?
Uma amiga me disse, anos atrás, subvertendo a ordem dos fatores: "a gente planta aquilo que a gente colhe". Fatores trocados, produtos inalterados. Conheço bem esta equação, do se, então. São variáveis previsíveis. Resumindo: o plantio é sempre meu. A colheita, também.

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