quarta-feira, 8 de maio de 2013

Rima pobre

É tanto amor e flor neste jardim.
Tanta flor perfeita.
Tanto amor imperfeito.

Tanto  amor querendo ser flor.
Tanta flor que só quer seu amor.
Uma rima sempre igual, quase banal.

Numa conceituação poética, ancestral.
Mais antiga que andar pra frente.
Que insiste, há tempos, em comparar.
Martelar, na cabeça da gente.
Amor com flor, flor com amor.

Fragilidade, pureza, espinhos e tal.
Delicadeza, beleza, a velha história:
Que sempre tem que regar. Cuidar.
Blá blá blá.

Ora, faça-me. o favor.
Se não fosse a rima, ninguém diria.
Jamais pensaria. No máximo, desejaria:
Ganhar uma flor do seu amor.
E já bastaria.

Mas não! O amor, uma flor?
Quanta insistência.
É tanta confusão que o colibri decidiu.
Resolveu mudar.
Se amor é mesmo flor.
Não se chama mais beija - flor.
De hoje em diante, atende por outro nome.
De maior imponência.
Adotou um codinome, agora é beija-amor.

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