segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Qual amor?


amor
a.mor
sm (lat amore) 1 Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso. 2 Grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário. 3 Afeição, grande amizade, ligação espiritual. 4 Objeto dessa afeição. 5Benevolência, carinho, simpatia. 6 Tendência ou instinto que aproxima os animais para a reprodução. 7 Desejo sexual. 8Ambição, cobiça: Amor do ganho. 9 Culto, veneração: Amor à legalidade, ao trabalho. 10 Caridade. 11 Coisa ou pessoa bonita, preciosa, bem apresentada. 12 Filos Tendência da alma para se apegar aos objetos. Antôn: aversão, ódio. sm pl





Estas são algumas definições de amor segundo o dicionário Michaelis.Há várias outras, acredite. De onde se conclui que se o amor tem tantos significados, ele deve significar muito. Uma dedução assim, digamos, brilhante. E se os Beatles estavam certo, e tudo o que queremos é amor- e arrisco dizer que em última análise é mesmo- por que somos tão incompetentes neste assunto? Não é uma ironia que absolutamente todo ser , humano ou quase, busque incessantemente este estado/sentimento/qualquer coisa parecida e que quase todos os seres, humanos ou nem tanto, se atrapalhem desta maneira nesta busca? Fazem as coisas mais malucas e põem a culpa no pobre amor. Até matam,e ainda dizem que é em nome do amor. Criamos verdades, escondemos mentiras, criamos mentiras e encobrimos as verdades, na tentativa de acertar e erramos tanto. Somos personagens meio patéticos de uma peça esquisita, onde não o amor, mas o medo de amar é o astro principal. Todo frio na barriga, todo coração disparado, não são os mesmos sintomas do medo? Quando eu era mais nova, tinha um sonho recorrente em que de alguma forma, me via nua em plena rua, acordava no susto. Quem nunca teve este sonho? O medo do amor é o medo de ficar nu. De ficar vulnerável. Exposto. Por isso colocamos peças e peças de roupas e inventamos figurinos, não só para impressionar, como para disfarçar. Nossos eus imperfeitos, que vai ver não achamos dignos de tão nobre sentimento, este tal amor. E fazemos exigências absurdas, mas é por amor. Sentimos ciúmes, por amor. Queremos controlar, por amor. Afastamos o outro, por amor. Que amor nada, é medo. Medo de que o outro nos descubra, nus, vulneráveis, entregues. E machuque, ria de nós, nos exponha. É um não confiar tão grande que acabamos nos tornando personagens que não existem, além de nos apaixonarmos por personagens que também não existem. Quanta confusão por medo e falta de confiança, no outro e em mim. Que encontros podem acontecer com tanta roupa e tanta máscara e tanto cenário? Não sei. Mas sei que todos nós queremos participar. Pertencer. Ficar sem roupa e tocar pele com pele. E todos, conscientemente ou não, precisamos de amor. Qual amor? Estou longe de saber a resposta. Mas de uma coisa eu sei: esta resposta não está no dicionário

2 comentários:

  1. Achei perfeito Dani.Parabéns!A M. Medeiros que se cuide. Abraços para vc

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