segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Do chão não passa

E tem um ditado que diz: quanto maior a altura, maior a queda. É verdade, claro, considerando-se que haverá uma queda. Porque pode não haver, né? Você pode conseguir o equilíbrio perfeito e nunca cair. Ou você pode não ter o equilíbrio perfeito, e ainda assim conseguir ficar, de um jeito ou outro. Mas considerando-se que seja inevitável o tal tombo da maior altura,o que você faz? Desiste de subir? Fica quietinho na segurança do seu chão? Não arrisca? E se a paisagem lá em cima for imperdível, e linda, e te deixar sem fôlego? Ainda assim você prefere ficar, tem certeza?
Às vezes, quando sinto muito medo, escolho não subir. Prefiro permanecer na minha zona de conforto, onde eu conheço os caminhos e onde, se eu cair, será tropeçando nos meus próprios pés. Já outras tantas vezes eu arrisco, com o palpite de que vale a pena. A subida, tão alto. Subo sabendo do risco, sem me importar muito.Subo apesar do medo. Subo pelo prazer do vento na cara, pela vista que se descortina. Pela adrenalina. Para me sentir viva. E vivo cada minuto, desfrutando o sabor de  estar lá em cima. Mesmo sentindo medo, mesmo sabendo que a queda pode ser feia. E que posso me machucar muito. Mesmo sabendo disso, muitas vezes eu arrisco. Porque vale a pena.
E dessas vezes não me arrependo, nunca. Mesmo estropiada e toda quebrada, não lamento. Porque coração e osso partido tem conserto, isso já aprendi.Tem cura. O que não tem conserto e não tem cura é uma vida pela metade, um amor perdido por medo, a paralisia. A morte.
Essa não tem conserto nem volta. Viver é correr riscos, e, como diz outro ditado, quem está na chuva é para se molhar. Medo de cair? Do chão não  passa. Além disso, nunca se sabe. De tanto subir, você pode aprender a voar.

Dani Altmayer

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