Saldo do feriado de Carnaval:
Dois plantões calmos, um livro terminado, três ótimos filmes.
Supermercado vazio, livraria (mais livros por ler).
Café e chimarrão.
Encontro com gente muito especial.
Encontro com a solidão.
Bons encontros.
Sono em dia, sonecas no meio do dia.
Canto de passarinho, yoga, doce de leite.
Vinho e filosofia.
Pedaladas, silêncio e muita paz.
Tempo para meditar, pensar, curar.
Ir até o final, concluir, agradecer.
Entender que nada no mundo se compara à sensação de se estar onde se quer estar.
Eu nunca gostei de ficar em Porto Alegre no feriado de Carnaval. A cidade deserta sempre me pareceu uma cidade fantasma.
Recordo da época da residência, quando tinha plantão e era obrigada a permanecer aqui.
Lembro da sensação de vazio, de não pertencer. De estar perdendo alguma coisa importante, de vagar pelas ruas silenciosas, tristonha e solitária.
Era um tempo em que eu ainda tinha medo da solidão.
E olha que já nem gostava de Carnaval, há tempos. Dos bailes, desfiles, da fantasia. Da multidão.
Era mais porque "todo mundo"estava fora e eu também queria. Porque eram quatro dias de folia.
E porque era obrigação. Eu não tinha escolha.
A diferença está na escolha, sempre.
Este ano decidi escutar meu coração. E ficar.
Escolhi estar no exato lugar em que eu podia, precisava e queria estar.
O corpo, e a cabeça, no mesmo lugar.
Em minha companhia.
Ganhei o tempo, de presente.
Multiplicado, abençoado e generoso.
Tempo que passou bem devagar, e arrastado. Só para eu estar ao meu lado.
"Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar...
... Seja você quem for, seja o que Deus quiser". *
Agora, que venha o ano, finalmente. ( ano brasileiro).
Hora de recomeçar. De renovação.
Sem tanta máscara, sem tanto disfarce.
E sem tanta ilusão.
Dani Altmayer
* Noite dos Mascarados ( Chico Buarque)
O que importa é estar bem.
ResponderExcluirLugar qualquer. Qualquer lugar.