quinta-feira, 13 de março de 2014

Amor de Verão


Aos poucos, os dias vão ficando mais curtos e as noites, mais frias.
As praias, mais vazias.
Aos poucos, bronzeados e memórias vão desbotando.
Marcas vão se apagando.
Aos poucos, uma estação vai dando lugar a outra.
A paleta, de cores antes vibrantes, muda de tom.
Aos poucos, sutilmente.
As paixões ardentes, os desejos urgentes
Caem todos ao chão.
Ressecam, como folhas cadentes.
Que formam inúmeros tapetes não cobrem um colchão.
Desfazem-se, na ilusão.
Feito bolhas de sabão, explodem subitamente.
O céu estrelado ainda é magia.
Não combina com esse torpor.
Com essa agonia.
A lua. A bela lua.
É crescente, apesar.
Da gente minguante,
Que esquece do amor.
Aos poucos e de repente.
Descrentes, descartam-se.
É que já quase não faz mais calor.
Quase já não é mais verão.
Quase não.

Dani Altmayer

Um comentário:

  1. " memória desbotando".
    Lindas tuas palavras, colocadas perfeitamente no lugar certo, fazendo pensar, expressando os sentimentos de teus leitores. É gostoso ler o que escreves.

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