sexta-feira, 28 de março de 2014

Dê amor e Receberá Amor



Outro dia em um comentário recente, aqui no blog, alguém postou a letra de uma música que não conheço, em inglês, que fala de uma menina que está sozinha porque não aprendeu que, para receber amor, é preciso dar amor. "If you give love you will receive love", diz o refrão. Poderia ser verdade. Se o amor fosse simples, e linear, e ele até deveria ser. Um fluxo, de dar e receber. Simples, assim, quase uma equação matemática. Por que não?
Mas, de qual amor você está falando?
Do amor incondicional, o ideal? Se sim, sinto muito. Ainda não fui apresentada. Um amor sem restrições, sem expectativas, sem amarras. Amor universal, do tipo fazer o bem sem olhar a quem. Acho que só existe em outro plano, em outra dimensão. Numa realidade na qual não me encontro, ainda. Um amar que é só verbo, não tem sujeito, nem objeto.
Porque quando eu, o sujeito, encontro o objeto, e o amo, eu espero. Eu desejo, e eu quero, o vice versa. Ser o objeto daquele sujeito. Com o verbo amar no meio. A frase, completa.
Aí que a coisa complica.
Acredito que ele exista sim, este outro amor pleno, e absoluto, e talvez só ele seja importante.
Mas o meu amor,  todos os meus amores, são condicionais. Inclusive o materno. São amores terrenos, não menos verdadeiros. Ou serão?
São falhos, e imperfeitos. Cheios de lacunas e defeitos, de dúvidas e contradições, de esperanças e de limitações. Como eu. E eles querem, no mínimo, reciprocidade. Como eu.
Apesar disso, acredito que a experiência, os cotovelos doídos, e tantos corações partidos, todos eles são bons professores.
E creio que é possível encontrar, sim, formas melhores de amar.
O tempo e a maturidade ensinam muitas coisas. Ao menos, na teoria.
Por exemplo, que o amor acontece entre pessoas, não entre metades.
Que ele precisa, e muito, de liberdade.
O amor não faz reféns, não barganha, não compactua com o medo.
Ele é sempre um presente, mesmo que de gosto duvidoso.
Amar pode ser parecido com ficar sozinho, se um não exige o que o outro não pode dar. Se ninguém exige nada de ninguém.  Pode ser parecido com paz, e assim, ser este quase perfeito.
Acima de tudo, o amor precisa de três coisas para sobreviver: ar, respeito e admiração. Em doses generosas. Isso é básico, eu acho. Se não, não tem solução. Não dá nem para conversar.
Contrariando a letra da tal música, que não conhecia, ou ainda, complementando: só se pode dar o que se tem. ( Quem sabe, e sente)
E só recebe quem deseja. ( Saber e sentir)
Para dar é preciso alguém disposto a receber. E retribuir, para poder acontecer.
Amor não tem fórmula. Mas amar é uma eterna capacitação.
Dá um trabalho danado, e não estou sendo cínica. É só que eu não sei, mesmo. Não sei coisa nenhuma.Também sou aluna.
Repito, então, a pergunta que fiz em outro texto, tempos atrás. De que estamos falando?
Qual amor?
Ainda não achei a resposta, e não sei se um dia encontrarei, nesta vida. Só acho hipóteses, e elas  acabam multiplicando-se em mais milhões de perguntas.
Quando li o comentário, na hora me veio à cabeça uma música do Renato Russo, "quem inventou o amor, me explica, por favor?"
Porque eu não sei explicar.
Por isso, talvez eu não saiba dar. ( Como um dia pensei). Muito menos receber. ( Como um dia sonhei).
Talvez você tenha razão, então.

Dani Altmayer

Link para o texto Qual Amor? http://entretantosatos.blogspot.com.br/2012/08/qual-amor.html




2 comentários:

  1. Acho que não é tão difícil...É só seguir um conselho prá lá de especial, que só poderia ter sido dado por aquele que tu dizes admirar...Jesus, o Filho do Deus vivo.Meu Salvador Pessoal. Aquele que ressucitou dos mortos, uns 2000 anos atrás... ;)Lá vai:
    Lucas 6:31 E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. Fazendo isso, aprendemos o que é o amor, afinal. Beijo, te amo!

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  2. Todos, sem exceção, queremos ser amados, queremos carinho, afeto.
    Amar, amor.
    Belo texto.

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