terça-feira, 3 de julho de 2012

Por Todas as Vezes

Então era isso. O fim. Que estranho, fazia uma idéia diferente de um fim. Mais passional, sei lá. Como das outras tantas vezes. Não aquele nada. Mas talvez fosse assim, e alguns fins não doessem. Quem sabe só doa quando ainda não é fim. Os ses e os quem sabe, estes ela sabia que doíam.As incertezas. Mas ela nunca esteve tão certa como naquele momento Ela olhou para aquele rosto que conhecia tão bem. Olhou para os copos pela metade e os cinzeiros cheios. E nada. Vazio. Tudo oco. Só um gosto amargo na boca. Como ela imaginava que seria o gosto de um fim. Mas nem isso. O gosto não era do fim,era do cigarro. E do uísque.
Lembrou de todas as vezes que pediu desculpas, para ele e por ele. Lembrou de todas as desculpas que inventou. Por ele. E desta vez não teve pena. Ele ainda queria entender. Ela estava vazia. Vazia de memórias, e vazia de emoção. Era como se, de uma hora para outra, nada daquilo fizesse  sentido. Nenhuma palavra, dita ou pensada, mudaria o fim.Olhou para ele, e de tudo que poderia ter dito, só disse o que tinha sobrado.Sem pena.
"Você consegue me ver?


 Por todas as vezes que você me olhou e não me viu. Porque, para ver, não basta ter olhos. Assim como, para ler, não basta saber as letras. É necessário entender. Analfabeto funcional, é isso que você era. Nunca aprendeu. Analfabeto emocional. Você me olhava, mas nunca soube me ler.Não entendeu.

            As luzes se acendem. O filme acabou. A tela fica em branco. FIM.

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