sexta-feira, 6 de julho de 2012

Afogamento

Preso em um labirinto. Tentando achar uma saída. Sem conseguir ordenar pensamentos. Desconexo. Refém no labirinto de sua cabeça. Como se todos os sulcos e giros de seu cérebro estivessem preenchidos por um líquido viscoso. Atrapalhando conexões.Sem nexo. Caleidoscópio de idéias sem sentido.Tentando desesperadamente não se afogar na lama em que se tornou sua mente. Uma massa disforme e inchada. Sem neurônios funcionantes.Quase afogado por tanta sujeira. E tanto remédio. Para dormir. Para pensar. Para sorrir. Mesmo assim não dorme. Nem pensa. Sorri, com os dentes.Sente dor para sorrir, os dentes estão trincados.Sente dor, e não sente. Há meses não sente nada.Não sente fome, nem frio, nem calor. Só vontade de fugir.De achar a saída de seu labirinto. Mas não consegue caminhar, a lama gruda em seus pés como areia movediça. Prefere ficar parado. Já não chora mais. Cansado. A cabeça dói,  e pesa, mas não sente a dor.Só o peso. Tanto esforço. Sua cabeça com cem quilos de merda,  preenchendo cada sulco e cada vão do seu cérebro.Pensa em parar com os remédios. Ou em tomar todos. Respira fundo em busca de ar. Mas o ar não existe. O ar  também é  um líquido viscoso e sujo que penetra em suas narinas, e chega aos pulmões, e volta pela boca,  um vômito desesperado de alguém  que está morrendo. Sufocado.

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