segunda-feira, 12 de maio de 2014

Tatuagem



Os olhos vendados não percebem.
A lágrima, que escorre solitária.
Do mendigo, que mata sua sede na água salgada.
Que sacia sua fome num prato sem fundo.
Que assopra o beijo como a uma vela.
Um beijo infinito, de chama infinita. No calor, infinito.
A cera que pinga, derrama e queima.
E se acaba.
A lágrima.
Misto de dor, e prazer.
Tudo é assim. É sempre assim.
Tudo, e nada.
Doce e amargo.
A ferro e fogo.
Marcada.
É tarde. É noite.
E arde.
A memoria da pele... não deixa esquecer.

Dani Altmayer

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