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Eu beijo sua boca, a sorrir. Me iludo, por instantes eternos.
Quando olho de volta, eu vejo. Os seus olhos claros não mentem. Eles não riem como poderiam rir.
São como água, cristalina. Transparente, e profunda.
Refletem uma aparente calmaria de lago.
Mas é preciso olhar bem dentro, para encontrar. Lá no fundo, o segredo, o monstro.
O apelo, o pedido.
Há nestes olhos claros de água, um ponto. Um poço, um abismo.
Onde a luz não chega. Nem o riso.
Um lugar escuro, onde mora o desejo, e a dor. Onde você está perdido.
Nos seus olhos de homem, enxergo um menino, há tanto esquecido.
Que desaprendeu de chorar.
(Quem não sabe mais chorar, não consegue rir como poderia, eu acho).
Um menino, prisioneiro de sua confusão. Tão bem escondido.
Nos seus olhos de abismo, enxergo tua solidão.
Leio e releio a sua confissão.
Vejo o homem que esconde o menino. E amo, os dois.
O homem e o menino.
E beijo seus olhos claros, para que eles chorem e sorriam. Como poderiam sorrir, e chorar.
Poderiam.
Se beijo fosse cura. Ou o amar.
Dani Altmayer
Detalhes da Vida
ResponderExcluirMeus olhos apesar dos óculos não avistam tão longe, não encontram os teus
a imaginação sim, viaja pelo passado e futuro ... voa livre sem controle, lembrança que
que resgata uma das noites frias do inverno chuvoso,
“Glasgow” apenas um Scott me fazia companhia, sorte ou acaso
ela surgiu, disputa entre amigas, à protegiam como uma jóia, ganhamos.
Ruas, esquinas, caminho longo até encontrar... amor verdadeiro a tanto esperado
não contei mais com a sorte, apenas mais um encontro, provocado
mas o caminho fora separado.
Detalhes de uma festa... longa jornada, calor, álcool, muita sede, alegria, sonhos
realizados, sentimento, dor no peito, camisa desabotoada, pele arrancada, despedidas ha!!! Dezembro. (“é dezembro eu lembro - por onde andara você ? ” - Fragmentos / Reflexões sobre 2013 ).
Um telefonema já não basta, um trecho lido não alimenta
A pele clara, suor o calor é memória infinita
não esquecida, raros momentos,
Se confissão fosse suficiente estaria finalizado
sentimentos contidos, represados transbordam quando leio tua vida
Te percebo ....cicatrizes , independência, crescimento, maturidade e muita
energia, capacidade não só intelectual mas a extrema sensibilidade para
detalhes de uma vida, como de Dion, transformas-te o cotidiano em história e arte,
pedra bruta em diamante
Isto fascina
A incerteza, angustia... combustível da vida.