domingo, 24 de novembro de 2013

Reticências

Rio,1981

(...seis anos se passaram...)
O relógio marca as horas. O calendário, as semanas e os meses.
A vida, a gente marca em outra folhinha.
Marca no diário dos afetos bons, das dores inevitáveis, dos micos e alegrias impagáveis. Das conquistas compartilhadas.
(... coisas assim...)
No caderno das rugas adquiridas, dos sonhos perdidos e renovados. Em encontros especiais.
No cotidiano dos desencontros, desenganos, tropeços e recomeços. Nos fios de cabelo branco, no filho que passou da mãe.
(... crescemos, enfim...)
Assim é que se conta o tempo. Em histórias que nunca terminam.
( ... temos tanto para te contar...)
Regando lembranças, nasceram crianças, criamos jardins. Mudamos de ideia.
(...mudamos de lugar...)
Seis minutos, seis dias, seis anos. Tanto faz.
Existe um tempo que não se mede pelo sol.
Tem outra rotação.
É tempo que não troca de estação, que nunca vai embora.
Que não muda com a mudança, eternizado está, na memória.
AMOR de uma vida não acaba com a morte.
Apenas toma outras formas, transforma.
Este é o único tempo que não finda, ao fim.
(... e estamos todos bem...)

Dani Altmayer





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