segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Aceitação

Jaime Goldberg photography

O tempo, que arrasta certezas, não é senhor das respostas.
(Ninguém é.)
Algumas perguntas nunca serão respondidas. Alguns silêncios não serão preenchidos.
Nem todas as dores serão curadas. Algumas só serão transferidas.
O tempo, ele passa sozinho. Como a gente.
Independente. Intolerante.
Indiferente, quase frio. Não adianta tentar segurar.
É da natureza do homem querer parar o tempo. Em vão. Esquece, não é coisa de se agarrar.
Tempo é mais do que sopro. É vento de primavera, não deixa nada no lugar.
Levanta as folhas mortas. Arranca o que está podre, o que não tem raíz.
Desmancha cabelos, e ninhos, sem maiores cuidados.
Em troca, traz e espalha presente. Outra semente, um novo grão.
Que germina ou padece. Que vinga, ou não.
Depende, do adubo e da vontade. Depende, da verdade e do chão.
O tempo é feito um passarinho.
Ele não perdoa. Voa.
Escapa pela mão.

 PS:  Então, tempo é para cuidar. O tempo que há.

Dani Altmayer 

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