quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Uma noite escura



A noite está linda e escura, com a lua nova despontando no céu.
Parece que Deus lavou o firmamento, fez uma faxina bem caprichada, para que todas as estrelas pudessem brilhar. Pequenos pontinhos de luz, milhares deles, tão longe, e tão perto, como as saudades que trazemos na gente. As noites de lua cheia, tão claras, são belas e sedutoras. Mas belas também são as noites pretas de lua nova, novinha . Dizem que a lua é nova quando ela se casa com o sol. Ficam juntos por algum tempo, e fica tudo muito escuro. Depois ela se afasta devagar, formando um pequeno sorriso, que vai crescendo, crescendo, crescendo... Ofuscando as estrelas, iluminando ao poucos a escuridão.

As fases da lua, o nascer, o crescer, o amadurecer, o morrer, e o nada. São como os ciclos da vida. Porque a gente renasce a cada dia, e morre a cada instante. E mingua, e cresce, e se enche, e se esvazia. E se repete, e se renova. O tempo todo. A gente apaga algumas estrelas, acende outras. Atravessa noites insones e negras. Ama muito na lua cheia, chora bastante na minguante, movimenta-se na lua crescente. A gente observa marés, corta cabelos, muda de humor e de ideia. Brinca com a sombra e a luz, que estão fora. Que estão dentro.
Acredita que Deus existe, criando estrelas, sorrindo na lua. Refazendo os ciclos.

Dani Altmayer

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