sábado, 9 de junho de 2012

Sem ritmo

Porto Alegre zero graus. Sete horas da manhã de um sábado gelado. As ruas desertas. E ela acordada.
Pensando na vida. Em quanta coisa já aconteceu.Em tanta coisa que poderia ter acontecido. Pensamentos soltos. Quase inúteis. Sobre a vida. E seus desvios. Seus desvarios. Tanta coisa foi planejada. E não deu certo. Tanta coisa inesperada e tanta surpresa boa. Em meio a planos arruinados. Estudar, casar, ter filhos, era isso um plano? Acho que não. Era mais como um fluxo, um vamos que tem que ser assim. O andar da carruagem. Ela estudou, casou, teve filhos. Mas quase nada saiu como  pensado. Ou esperado. Porque a vida é mais do que isso.É mais que planos e planejamentos e projetos elaborados. Ela não sabia dançar conforme a música.. E não queria aprender. Ela queria gritar e cantar e dançar em outro ritmo.  Sem ritmo.Seguir outros caminhos. Queria ser de verdade, porque não sabia jogar aqueles joguinhos de faz de conta que eu não estou aqui. Faz de conta que  eu não me importo. Ela tentou. Ainda tenta. Porque precisa, né, algumas vezes. Seguir a boiada. Se disfarçar no meio da multidão. Necessário, vez em quando. E ela faz, e faz bem. Mas custa tanto, e custa caro.Toda vez que ela tem que usar a máscara e a fantasia. Ela se sente ridícula, uma estranha.. E ela é uma estranha, cada vez que abre mão de si mesma e joga  este jogo de cartas marcadas. Ridícula e cansada. Ela precisa de um café, bem quente. Sem açúcar.

2 comentários:

  1. Bacana, Dani. Acontece com muita gente, hehehe. Ah...mas um café bem quente conforta demais. bj

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  2. É Julia, a verdade é que o fluxograma, na maioria das vezes não funciona...e ainda bem, porque aí a vida pode acontecer de verdade né? com ou sem açúcar!

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