terça-feira, 2 de outubro de 2018

a mulher da madrugada





ao pé da escada
no escuro
uma mulher espera

embriagada

a mulher sou eu
o homem
tem nome

mas nao é um homem

vadia puta piranha
esse vestido
cabelo unha
essa cor

mulher que bebe
fuma chora
não presta

essa mulher
que fala
não serve

passos distantes
duros indiferentes
às lagrimas e
ao concreto frio

às pernas abertas

a porta fechada
não a primeira
nem a última

Daniela Altmayer
(tema para a oficina de poesia: pensar numa situação de abandono)





Nenhum comentário:

Postar um comentário