ao pé da escada
no escuro
uma mulher espera
embriagada
a mulher sou eu
o homem
tem nome
mas nao é um homem
vadia puta piranha
esse vestido
cabelo unha
essa cor
mulher que bebe
fuma chora
não presta
essa mulher
que fala
não serve
passos distantes
duros indiferentes
às lagrimas e
ao concreto frio
às pernas abertas
a porta fechada
não a primeira
nem a última
Daniela Altmayer
(tema para a oficina de poesia: pensar numa situação de abandono)
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