domingo, 21 de outubro de 2018

a uma nova cidade



a uma cidade nova
se deve chegar em dias claros
para conhecê-la fresca

nas manhãs
de banhos tomados
de caras lavadas
café e roupas passados

na nova cidade
de ruas recém acordadas
o riso da mulher
o canto de uma criança
algum pássaro inocente


o som dos passos
despertando as vitrines
as cortinas abertas
escancarando o azul

não se deve chegar
quando anoitece
hora dos maiores enganos
a uma cidade nova

sua gente apressada
as caras amassadas
os carros cansados

as calçadas vazias

algumas luzes acesas
as janelas cerrando
a ilusão de sombras
cores sonhos
artificiais

o crepúsculo tem o véu
místico da cigana
com suas brumas
seus becos escuros
evocam mistérios
de uísque 
e melancolia


Daniela Altmayer
( texto para oficina de poesia- desvio lírico)

Nenhum comentário:

Postar um comentário