Quando saio lá fora, e a noite está estrelada e escura como daquela vez, eu choro.
Quando vejo a lua distante e fria sorrindo triste para mim, eu choro.
Choro quando pego o livro que levo uma eternidade para ler, e o aperto junto ao peito num abraço, encostando a tua letra bem desenhada no meu seio esquerdo.
Acho que leio apenas uma ou duas páginas por vez, só para me demorar, de propósito, e ter você na minha cabeceira para sempre.
"Olhe, o medo e a alegria não se excluem, como todos sabem. "
Acho que leio apenas uma ou duas páginas por vez, só para me demorar, de propósito, e ter você na minha cabeceira para sempre.
"Olhe, o medo e a alegria não se excluem, como todos sabem. "
Quando ouço uma música e lembro de um dia perfeito, eu choro.
É bobo, eu sei mas não consigo evitar.
Não é que eu esteja triste, não o tempo todo, nem quase todos os dias.
Mas quase todos os dias eu choro um instante que transborda.
Não é que a vida não continue, ela continua, e cada vez mais rápida, e cada vez mais intensa .
Acho que é por isso mesmo, porque a vida não parou para eu poder descer um pouco, que eu choro. Para descansar.
Porque não pude entender, nem parar, nem descer.
Menos ainda, escolher.
Menos ainda, escolher.
Lua, estrela, poema, poeta. O que me fode é esse romantismo idiota.
Às vezes nem é nada, o que me faz chorar.
Quase nunca, ou quase sempre, é nada.
Quase nunca, ou quase sempre, é nada.
Talvez nem mesmo tenha sido, nunca, nada.
Então, é só uma saudade absurda do nada.
É só você, e eu, o que menos importa.
Ah, o amor não correspondido... É uma merda.
Parece tão injusto, e todo dia eu penso, é tão injusto. Mas todo dia um eco me devolve:
- Esquece, o mundo não é justo.
E é por isso que eu choro, quase todos os dias.
Porque o mundo não é justo.
Como esquecer?
Porque o mundo não é justo.
Como esquecer?
Dani Altmayer
Muito Bom...
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