sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Faz sol, mas qualquer hora pode chover

Praia do Cassino- foto de Dani Altmayer


Eu duvido de gente que está sempre feliz.
Porque a vida é parecida com um dia de verão.
Numa hora o céu está azul, sem uma nuvem sequer, e faz um calor danado.
Aí, você olha para o outro lado, e vê.
Nuvens escuras e rápidas, anoitece súbito. Uma tempestade, que chega sem avisar.
O mundo desaba na sua cabeça, e você que estava ali, de vestido branco toda romântica, andando distraída na beira do mar, fica de pronto encharcada.
Transparente e exposta, você tem medo da chuva, e do vento, e do barulho que faz.
Sente um pouco de frio, procura em vão um abrigo, mas a praia é comprida e deserta. Só te resta caminhar, semi nua. Ou dançar, sozinha.
E esperar.
Você sabe que vai passar, sempre passa.
O tempo, como a gente, é vulnerável, mas impermanente.
Às vezes demora, e tudo fica assim, nublado e choroso.
O céu toma aquele tom monótono de cinza, e lágrimas de chuva molham os vidros dos seus olhos, insistindo na tristeza de um dia sem cor.
Mas tem vezes que é bem rápido, uma chuva mesmo de verão. Como veio, se vai.
Desfaz-se a tempestade, e o céu retoma o tom azul profundo de antes, e secam-se as roupas e as lágrimas num instante.
Tem ainda aqueles momentos em que faz sol, e chove, tudo ao mesmo tempo.
O céu se veste então de arco íris, para mostrar que no fim, sempre existe um pote de ouro para cada dor vivida, e aprendida.
Um sol, para cada chuva acolhida.

Dani Altmayer


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