quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Utopia



Um mundo onde todas as crenças sejam respeitadas.
Onde não se precise mais de religião, porque a religiosidade bastaria.
Onde todos enxerguem seus espelhos nos olhos do outro.
Um mundo sem atrocidades ou abusos, e massacres, ou fúria.
Onde ninguém tenha licença para matar em nome de Deus, Alá, ou seja lá o nome que quiserem dar.
Onde não seja preciso catequizar, proibir, exorcizar ou punir.
Onde reine a verdade absoluta, que é tão simples e óbvia.
Somos todos um, apenas em diferentes formatos. Em diversos contextos.
Unidos pela mesmas dores, os mesmos valores, os mesmos temores.
Um mundo onde não se precise temer.
Onde cada um faz a sua parte, e é o que é.
Um mundo em que as certezas, essas sim, não sejam absolutas. 
Nem tampouco radicais.
Um mundo onde os livros sejam múltiplos, assim como as pessoas e suas escolhas.
Um mundo em que impere o respeito, e onde seja acessível o livre pensar.
De onde seja banida toda a forma de tirania. E toda e qualquer hipocrisia.
Onde se possa, na tolerância, transitar.
Onde ninguém seja mantido na ignorância.
Um mundo onde a fé não cegue, pelo contrário. 
Onde todos possam ver, mesmo sem crer. 
E mesmo crer, que seja, em paz.
Um mundo onde a luz possa, enfim, penetrar.
Onde o amor possa, então, nos curar.

Dani Altmayer

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

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