sábado, 1 de dezembro de 2012

Manhã de dezembro

Eu moro em uma cidade cheia de árvores. Gosto disso. Nem gosto tanto da cidade assim, mas amo  árvores. E, como amo árvores, acabo amando a cidade também, de certa forma. Hoje bem cedinho, antes da chuva chegar, fui pedalar, sozinha, no parque. Um parque meio mal cuidado, mas que tem as árvores mais lindas. Caminhos estreitos, cheios de luz e sombras, ladeados por imensas árvores , que fazem os desenhos mais loucos, em sua jornada rumo ao céu. Não conheço seus nomes, não lembro nada de botânica, e nem quero. Não preciso conhecer, dar nome, classificar, para amar. Preciso apenas, passar devagar, e ver.E vou, parando de vez em quando, para admirar os tapetes de pétalas que cobrem o chão, e as  flores que cobrem as cúpulas, a forma de seus galhos, seus verdes de todos os tons.
Lembro do inverno, quando muitas destas árvores estavam secas, sem folha alguma, e me encanta este ciclo de renovação. Quero aprender com ele, o que, no fundo já sei, mas ainda esqueço, mais vezes do que gostaria. Que há um tempo de morrer, e um tempo de renascer. E depois florescer. E então derramar estas flores no chão. E depois, tudo de novo. Porque nada é eterno. Porque nada está pronto, e é tudo um ciclo. Aprender a ter as raízes bem firmes, para que um vento mais forte qualquer não me derrube, mas os galhos flexíveis, para que possa dançar com ele, quando ele vier. Que a chuva seja tão bem vinda quanto o sol, que o frio do inverno me leve todas as folhas, mas que a primavera me traga de volta, novas e mais belas flores. Que seja sempre assim, enquanto eu estiver nesta terra. Enquanto não me arrancarem de vez as raízes. Que venham os ciclos. As renovações.Que não haja limites, porque o céu, só ele, é o limite.

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