Todos os dias à tal hora em ponto silenciosa ela me abraça por trás
segura nas mãos meus seios
me aperta até eu quase sufocar
o nó na garganta arranha a tinta
os azulejos os olhos marejam
com saudades dum certo mar
o sal das lágrimas que engulo
encheria um pote até aqui de mágoa
qualquer desatenção é um nome qualquer destes tempos
quando o cansaço dos dias é maior
quando o som surdo vence a barreira
dos silêncios
quando desmaiam as esperanças enfim
são estas vozes que restam as músicas que se confundem e
é sempre este tolo coração à espera
de uma gota d'água que
não vem porque
aprendi a me virar sozinha
e meu grito ecoa
nas fronhas do meu travesseiro
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