sábado, 3 de outubro de 2020

Até o próximo


Até o próximo

Há sempre uma dor embutida
em todo prazer

acho que foi tu quem primeiro
me ensinou sobre despedidas
chego a teu fim relutante e faminta

ávida de pertencimento meus olhos
te devoram os dedos percorrem
teu corpo sublinhando
as páginas invadindo
teu mundo descortinando
capítulos

encerro esta história comovida
à última letra resto
sozinha e perplexa
por um tempo ainda tua voz
ecoando na minha

nunca fui de alguém como tua
jamais serás de ninguém, como meu
mas, como dizem por aí ...
só um livro cura o outro

 

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