terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ah!





Demorou, mas caiu a ficha.
Não foi nada que ela disse, não. Ou que não disse.
Porque não, ela nunca disse que me amava. Só eu. Eu falava "te amo", ela respondia "aham".
Mas, né, tem gente que tem dificuldade de falar estas coisas, eu mesmo, antes de conhecer a Lúcia naquela fila de banco, acho que nunca tinha me apaixonado de verdade. Pelo menos nunca tinha falado para ninguém.
Não foi isso, até porque amor não se mede em palavras. Qualquer um pode dizer, e diz. Então tudo bem ela falar "aham".
Mas porra, hoje eu vi ela olhando para o cachorrinho dela. O Tchuco.
(Para quem, aliás, ela diz " eu te amo" a toda hora).
E eu vi. A ternura.
Eu vi o olho dela brilhando.
De amor, sabe?


Dani Altmayer


Exercício da Oficina de Escrita Criativa- Módulo Avançado. Os Tipos de amor.
Amor não correspondido.

O doloroso momento da revelação. Quando a gente percebe que está remando sozinho.

2 comentários:

  1. Hahahahahahaha, tadinho....c'est la vie!��

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  2. Ver os olhos de alguém brilhando de amor, ver que este brilho não é para a gente, remar só. Para mim vc é uma excelente escritora. Uau!

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