quarta-feira, 5 de junho de 2013

Até onde você vai?

Quem corre maior risco? Quem se atira do segundo, ou do vigésimo andar?

Conversando sobre riscos com um amigo economista, ele definiu risco como variação de valor. E explicou: valor é diferente de preço. Valor é percepção. Cada um sabe do seu. O que tem valor para mim, pode não ter para você. O que é muito para uns, pode ser pouco para outros. Tá, mas e o risco, o que tem a ver com isso? Simples. O risco muda em função do valor. Quanto maior o risco, maior a recompensa. Quanto menor o risco, menor o ganho. 
Ok, então o risco, e o valor, quem define sou eu e você. É isso? Ou seja, dependendo do valor que se dá a uma coisa, se decide se vale a pena arriscar, ou não. Deixar o dinheiro no fundo de renda fixa, ou aplicar na bolsa de valores?  Você pode ganhar muito. Ou perder tudo. Vale arriscar trocar o emprego público por um na iniciativa privada?  Vale gastar toda sua poupança em uma viagem dos sonhos? Vale arriscar aquela declaração de amor, e correr o risco de  ver sua vida virar de ponta cabeça? A disposição para arriscar depende do retorno esperado. E do valor concedido. 
Tem gente que acha que risco e perigo são sinônimos. Não são, apesar de terem praticamente uma relação estável. Nem sempre a atitude mais arriscada é a mais perigosa. Por vezes, é a mais necessária. E riscos não precisam ser evitados, a qualquer custo . Riscos indispensáveis podem ser bem administrados. 
Em economia, risco é sinônimo de incerteza. E incerteza é pimenta, na vida. A vida, uma sucessão de incertezas.
Respondendo a pergunta lá de cima. Corre maior risco quem se atira do segundo andar. Corre muitos riscos. Quebrar uma perna. Quebrar a cabeça. Morrer. Ou mesmo nem se machucar. Já quem se atira do vigésimo, não corre risco. Já sabe, né? Tem certeza. 
Risco é o grau de incerteza em relação ao investimento. Quem investe espera retorno sempre, claro. O retorno aumenta na mesma proporção do risco. Não existe retorno alto com risco baixo. E isso já deu um nó na minha cabeça, e na sua talvez. Esta coisa de economia não é comigo. Nunca foi. E pode ser que eu tenha entendido tudo errado. Mas é mais ou menos isso. Para resumir, e todo mundo entender, como minha mãe sempre dizia: quem não arrisca, não petisca.
Não é?

Dani Altmayer

2 comentários:

  1. Quem não arrisca, não conhece o sabor do risco. Não se permite encontrar o desejo é o prazer de uma queda! Gostei da reflexão. Marcos.

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