quinta-feira, 25 de abril de 2013

Desde então


E desde então não choveu mais. Desde então, os dias são de um outono perfeito. Dias que não parecem passar, e sim, se derramar sobre nós. Dias que se derramam em azul intenso de um céu que não tem nuvens. Que não tem nuvem, por isso parece não ter limite. Dias que se derramam em um sol brilhante e cálido. Em um sol pálido. Que aquece menos o corpo do que ilumina a alma. Dias que se derramam em temperaturas amenas e em suavidades imensas. Que fazem tudo parecer imenso. E imensamente suave. Dias de um outono perfeito, que se derramam em noites de um outono perfeito. Em noites claras, incandescentes. Noites de sonhos, incipientes. Sonhos que se derramam, em noites de lua. Lua que se derrama em fases. Em fases, que se derramam em ciclos. Em ciclos, que se derramam em nós. Desde então, a lua, que era nova, cresceu. Encheu, e se derramou. A lua cheia se derramou. Em um abril de luz. Se derramou, e se abriu. Em desejos, que se derramaram em nós. Que se derramam. Em paz.

Dani Altmayer

2 comentários:

  1. Gosto de ler o que escreves, gosto do jeito como escreves. Belo texto. Parabéns!

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  2. Escreveste sobre minha estação favorita. Lindo escrito, senti seu calor e friozinho marcando o outono. :-). Bj da julia

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