terça-feira, 18 de agosto de 2015

Dezoito do oito

Um menino me ensinou, quase tudo o que eu sei.
Era um dezoito de agosto do primeiro ano do novo século, o dia em que fui apresentada a um alemão careca e vermelho, que nasceu de olhos abertos e de parto cesariana ( me perdoem), em uma maternidade na terra da garoa, numa sexta feira ensolarada, às 16 horas da tarde( e nove minutos).
Se eu não acreditava em amor à primeira vista, acreditei naquele instante.
Hoje, esse amor completa 15 anos ( e 40 semanas).
A cada ano, ele está alguns centímetros mais alto. Alguns centímetros mais longe de mim. Alguns centímetros mais perto do seu sonho. De se tornar o homem que um dia vai ser.
E eu, olhando para cima, e olhando para trás, só tenho a a agradecer por esse guri que ganhei de presente, naquele dezoito do oito, e que me enche de admiração e orgulho. Que me coloca de volta no chão, quando teimo em voar ( ele tem esse dom que me falta, a sensatez ), com suas tiradas impagáveis e a sua psicologia, inata. Ele, que é independente, bagunceiro, correto e focado ( para o que quer). Ele, que é a pessoa mais linda e implicante do mundo, que testa minha paciência e meu amor todo dia. (Em geral, a minha paciência perde, e o meu amor ganha. E fica tudo bem, mesmo assim.) Que diz que sou chata toda vez ( e eu sou), que diz que me ama, vez em quando. ( Tão bom de ouvir)
Mas eu sei que ele me ama, sempre.
Nosso amor errado mais certo do mundo, é desse tipo, o meu e o dele.
(É amor à prova do tempo, e do resto.)
Feliz aniversário, JP!
Poderia te desejar tanta coisa, mas só uma me interessa, mesmo: a tua felicidade.
Que você seja autêntico, e feliz de verdade, meu filho. Que não tenha limites para sonhar, e realizar. Do jeito que for, com teus próprios pés, por erros e acertos, pelo caminho que VOCÊ escolher. Porque você vem largando a minha mão, já faz tempo. E tudo certo, é bem assim que tem que ser.
( Prometo tentar largar, aos poucos, o seu pé). Vai lá, meu filho. Cresce!
Eu estarei sempre por perto. Discretamente (Prometo me esforçar).
Mesmo longe, mesmo muito tempo depois.
Te amo, do tamanho do "infinito do espaço".

Mãe










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