sábado, 10 de setembro de 2022

Ou a poesia




Às vezes eu guardo poemas

Por um verso ou dois eu me rendo
Uma palavra à toa uma rima boa
Sou dessas que gozam fácil

Preciso da pausa entre as estrofes o respiro o silêncio o intervalo
Daquilo que desliza lento sorrateiro calmo

Vai crescendo sem susto ou atropelo
Pegando jeito
Às vezes eu cometo poemas

Meu olhar desatento não sabe nadar em mar de tempestade
Tenho medo e coragem em proporções diversas

O desvio os presságios as marés as correntes o empuxo
As fases da lua e aqueles malditos coletes que só inflam depois

Às vezes eu perco poemas

Às vezes eu fico sem forças
E só teu abraço me reinicia.




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