domingo, 6 de março de 2022

Irracionais



Súbito se pinta de chumbo o azul infinito, a lembrar que todo verão se acaba nas águas de março. Eu, que amo a chuva mas odeio a tempestade, reconheço a beleza da força dos ventos e dos raios , do céu que chora e transborda, se ao menos não houvesse o barulho, as trovoadas que lembram as bombas, as guerras, os ódios, eles nascem do medo, é sempre o medo que desperta aquilo que alguns pensam ser o oposto do amor.

Eu tenho medo, como os gauleses, que o céu desabe sobre nossas cabeças.
Quase todo medo é assim sem razão
Elea também têm medo, por isso lutam. Estão em guerra ao longe, e o longe é tão perto, tão dentro, tão aqui, nesse planeta onde só não há fronteiras para a dor.
Chove forte em Porto Alegre agora. Que alivie o calor.
Mas que não nos falte luz. 

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