domingo, 20 de fevereiro de 2022

Refugiados





Às vezes uma palavra, noutras um amontoado delas, frase, parágrafo, capítulo ou livro- te botam comovida feito o diabo, ou desconcertada, atônita, desgarrada, consciente, demasiado consciente que teu lugar no mundo nunca será confortável enquanto não for confortável para todos. Não há paz, se não houver paz para todos.

É isso ou fechar os olhos, adormecer sem sonhos, sem pesadelos, sem olhar para os lados, andar em linha reta, cabeça baixa,  não pegar nas mãos a arma mais poderosa que já inventaram, a única que te transporta, arremete, faz viajar no tempo e entre os espaços, continentes e mundos, viver tua vida em outras vidas, mil impossibildades e a experiência de uma dor alheia, tão alheia que não te seria permitido conhecer não fosse aquela palavra. Ou o amontoado delas.
Lendo um livro chamado Despertar os leões. Extremamente tocada.

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