quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

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Cai a tarde e o sol se derrama em sombras

a penumbra invade a sala empoeirada e o pensamento abstrato das tardes de verão os dias alongados escaldam o asfalto ao meio dia o inferno tem a cor dos seus olhos inquietos o suor desfila na nuca entre as omoplatas os seios as coxas traçejando pegajoso desenho as lentidões de janeiro se acabam depois num dois de fevereiro tão azul da cor do manto nossa senhora iemanjá rogai por nós os filhos desgarrados no concreto órfãos navegantes náufragos sedentos repletos de saudade e desejo. 
De um mar qualquer. Qualquer mar.

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