O sol invade a sala, nas caminhas sob a janela dormem, satisfeitos, o cão e a gata, alheios aos dilemas de ser gente.
Puxo a poltrona para perto deles, também eu quero me ensolarar, quero me alienar dos debates, devaneios, pensamentos e boletos, quero esquecer por instantes a feiúra da doença, o medo nos olhares, as súplicas, o cansaço do meu próprio rosto marcado por rugas e pelo tempo, pelo desconforto da máscara.Uma metade de feriado, uma tarde sonolenta, a soneca sem culpa, o livro aberto no colo, um plano frustrado de caminhada, sou vencida pela preguiça deles, que ressonam contentes ao meu lado, sem esperar do dia e das horas nada além de uma boa ração, água limpa, uma cama quentinha. E algum afago para dar garantia.
Sorte a nossa.
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