Canto de inverno
As noites longas, os dias descoloridos em cinquenta tons, o balão que não vai subir, mais um ano, vem descendo a garoa, os ódios exacerbados, de amor estamos todos precisados, qualquer amor já é um tantinho de saúde, de saúde estamos todos precisados, da esperança que é verbo, do luto que também é verbo, do substantivo estamos cansados, quase amortecidos, as mãos geladas, os pés frios, a cabeça quente, as discussões do rei, tanta discórdia e iniquidade, tanto horror, tanto desprezo, tanto deboche, no inverno as batalhas são sempre mais duras, as noites mais escuras, os dias também, mas o que nos resta é a certeza aquela: a primavera invencível, precedendo o verão.
Haverá de haver, mais compaixão.
Ual! Genial!
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