terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Nunca foi promessa


As sardas hoje proibidas
os loiros de parafina o dourado
das pernas nuas a fábrica de pranchas
os meninos que a gente gosta as conversas ao pé da piscina os bailes
de carnaval a marcha lenta dos dias as tardes de sol e vento o mar de chocolate bravio os bolinhos de chuva afeto de canela e açúcar os jogos de tabuleiro os segredos das cartas escondidas das mãos perdidas o desabrochar dos sentires sentidos o longo intervalo dos meses o dolce far niente

os livros devorados feito beijos a praia imensa os pés na areia dura a cabeça na lua a improvável liberdade das gaivotas os cachorros vadios as cadelas prenhes prenúncio de um ano bom
os amores breves despedidos às lagrimas
as juras eternas os corações partidos preenchidos naquele vazio tão cheio uma estação uma fenda no espaço o tempo em suspenso oficina marinha de prazeres agridoces oceano de indomáveis indolentes descobertas

o precioso interlúdio que chamávamos verão. 


 

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