domingo, 3 de maio de 2020

Reminiscências da pandemia ( máscaras)







Depois de dois plantões no feriado, o domingo livre. Antes da faxina, resolvi dar uma caminhada pelo bairro, pegar um sol, ver se minhas pernas ainda funcionam. Acostumar a respiração e o exercício com a máscara.
Logo na saída, encontrei uma borboleta branca. Ela andou (voou) comigo por uma quadra, parecia feliz com o azul de outono, com as árvores, algumas desfolhadas, outras já dando frutos, o ar limpo e seco. Além do vírus temos a estiagem, este ano. Faz tempo que não chove, e os dias de céu com poucas nuvens debocham da nossa cara preocupada.
O fim do mundo veio todo ensolarado, quem diria? E com borboletas.

Não tinha muita gente na rua. Um ou outro empurrando um carrinho de bebê, levando o cachorro para passear, quatro ou cinco se aglomerando na praça, dividindo um chimarrão perigoso.
Metade  das pessoas com máscaras, metade sem.
Minha nova mania é cuidar da máscara alheia. Ver quem usa, quem não usa, de que jeito usa. Julgar.
Se vem sem, atravesso para o outro lado. Por segurança.
Julgando, já.
Vi um homem esperando um uber, sem máscara. O carro chegou, motorista devidamente mascarado. Assim como eu reclamei  (e avaliei mal) no outro dia o motorista que não usava, este bem poderia se recusar a pegar o passageiro descuidado.
Porque é isso, agora. Máscara é proteção, cuidado com o outro.
Quem está usando, é porque se importa.

Hoje a solidariedade está na cara de todo mundo, estampada ou lisa.
E não tem mais como negar.

Daniela Altmayer

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