domingo, 17 de setembro de 2017

Ecos


Cai a tarde em teus braços cansados.
De repente, o silêncio.
A calma que precede a tempestade da noite; 
Ficas esperando um vento qualquer que desmanche teu cabelo.
Uma gota.
Ele não vem. Ela não vem.

Só o silêncio. Seco. Brusco. 
Buscas em volta um ruído que te embale o sono no final do domingo, 
Uma pequena cantiga que murmure em teu ouvido: está tudo bem. 
O silêncio não prenuncia o som. A palavra que não pronuncias.
Ninguém vem.
Ele é só silêncio.
Ela, essa confissão. 

O vazio. A mudez nua, bruta. 
Vagalumes ao redor da lua,
Buracos de estrelas mortas.
Há muito.

Que nome tens? infinitos.
Nome algum, não importa.
Em todos fui-serei tua.

Muda de uma surdez crua.
Sem susto, sem grito.
Perdida da dor, esquecida.
Cega de uma noite escuramente absurda.

Ele não vem, ninguém.
É tudo somente esse nada. 
Ouve. Mas ouve bem.
É só silêncio, sempre.
E não.

Daniela Altmayer

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