quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A roupa nova do rei


Todo ser que respira é frágil e imperfeito.
Tudo o que tocamos nos toca de volta.
Mas sob o manto invisível da vaidade, estamos todos nus.
Tecidos e sedas mal cobrem as veias.
Artérias pulsam, sob a pele exposta.
Máscaras escondem rugas, e rusgas. 
Só os olhos não disfarçam a dor. 
Um ouro qualquer compra o perdão.
Vaidades, em troca de verdades.
Mentiras costuradas como delicada teia.
Tramas encobrem o drama.
Segue o desfile, o baile no salão.
Nessa estranha, inventada sociedade.
Onde o que tocamos é superfície.
Só que não.
Muitos (todos) fingem, cuidado. 
Quase ninguém parece ver.
Que todo ser que respira, sangra.
E dói. 



Dani Altmayer




Um comentário: