sábado, 17 de dezembro de 2011

Desejo de Natal



Outro dia, na aula de yoga, meu professor falou sobre como perdemos a capacidade de observar ao longo do tempo, de como criamos imagens mentais a respeito de tudo o que vemos ou entramos em contato, e, a partir de um dado momento, passamos a "ver" através da mente. Isto significa que produzimos uma imagem ou um conceito a respeito de algo ou alguém, e este se torna nosso filtro ao olharmos para este algo/alguém. Fiquei pensando nas palavras dele, e no quanto perdemos ao nos tornarmos pré conceituados e pré conceituosos. As coisas estão em constante transformação, as verdades não são absolutas, as pessoas mudam, não existe um dia igual ao outro. Alegrias, tristezas, um carinho, um amor, uma perda,tudo isso poe em movimento, transforma, faz crescer, faz murchar. Um dia de sol, a risada de uma criança, a lealdade de um cãozinho. A dor de uma ausência, o vazio de algumas presenças, uma noite mal dormida, um sonho que se perdeu, um vento forte.Dores de infância, sofreres de adolescência, cansaço da vida adulta, pesar da maturidade, são tantas e tantas variáveis que me pergunto por quê? Porque não olhamos o mundo com olhos de criança, como se cada momento fosse (e é) único e especial. como se cada pessoa tivesse ( e tem ) a chance de ser diferente, de fazer diferente? Porque não conseguimos tirar a névoa das idéias pré concebidas, o ranço das coisas passadas, e não damos a chance de reinventarmos a cada instante, de mudar de idéia, de redimir os erros, os nossos e os deles (os outros)? Como podemos ser tão categóricos e tão cegos, se nós mesmos dormimos e acordamos diferentes a cada dia, sem muitas vezes nem sequer perceber? Quem é este estranho que sou eu? Quem sou eu hoje, quem é meu irmão, que cor, que cheiro tem esta flor?
Meu desejo, neste final de ano, é que tenhamos todos uma segunda, terceira, infinita chance de mudar, mudar de lugar, de idéia, de olhar! Que possamos tirar os filtros da mente que atrapalham nossa visão e que tenhamos a pureza de uma criança descobrindo o mundo e se maravilhando com a beleza e a feiúra que convivem e estão em tudo, e trocam de lugar a cada momento.Que possamos ver que nada é permanente, e por isso mesmo, pode ser tão belo!

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