"Por una cabeza, todas las locuras
Su boca que besa
Borra la tristezaCalma la amargura"
Quem passa apressado não vê. É apenas mais uma casa antiga entre as tantas casas antigas e meio abandonadas do centro da cidade.
Espremida entre camelôs e bazares, calçadas tortas, escorregadias, confusa entre feias e gastas fachadas, a poesia resiste. A poesia existe para os olhos de quem anda devagar.
Quem demora, percebe. Para, olha, escuta.
A música escapa pelas frestas do número vinte e nove, melancólica, mas não se lê o aviso. Não lêem-se avisos.
Talvez porque haja algum perigo em se deixar conduzir desse jeito. A mão firme, as coxas enlaçadas, a pose. A pausa. A posse.
Sedução, passo a passo.
Os dedos hábeis do artista e a porta deixa de ser porta.
Se faz janela. Vira moldura. Conta histórias.
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