domingo, 25 de junho de 2017

Casulos



Nesse tribunal das pequenas causas desimportantes há sempre um julgamento em curso.
Todas essas velhas opiniões formadas sobre tudo. (Sobre o que eu nem sei que sou.)
Há uma sentença sendo proferida a cada instante. 
Uma certeza da verdade, ou de uma palavra inventada: pós-verdades absolutas.
Uma mais certa que a outra.
Só não há certo respeito.
Há muita paixão sem um pingo de compaixão.
Sem borboletas. Como as abelhas, elas também estão em risco de extinção.
Desaparecendo as metamorfoses ambulantes, condena-se a lagarta ao casulo eterno calcificado.
Nega-se os voos, as flores e mesmo os espinhos. Cessam os ventos que arejam nossa direção e mudam nosso espírito e nosso destino.
Não renascemos mais, borboletas ou não.

Dani Altmayer

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