sexta-feira, 1 de abril de 2011

O rafting e a vida


Nas férias em Itacaré fiz rafting. Confesso que fui quase obrigada, mas a aventura se revelou, contra todas as expectativas, muito prazerosa. Gostei da adrenalina, afinal. Quem diria?
Mas não é sobre isso que queria escrever. Hoje estava lembrando de uma frase dita pelo guia do passeio: "se cair, faz posição de corredeira". E pensando que tem momentos na vida que só o que nos resta é fazer "posição de corredeira". Explico:se você cair do barco deve ficar deitado,reto, de cabeça para cima, e deixar-se levar pela corrente.Segundo os guias, é a melhor forma de não se machucar e esperar pelo resgate. No rafting há uma série de comandos, direita, esquerda, alto, forte, enfim, para que possamos atravessar as corredeiras da melhor forma possível. Mas às vezes não dá. Um viés qualquer, seja culpa nossa ou da força da água, e o barco vira, ou nos joga para fora. E aí, nada de lutar, só se deixar levar. E não é assim a vida? Remamos, lutamos, tentamos e mesmo assim, muitas vezes somos surpreendidos por algo maior do que nós, que nos arrasta, sufoca, afoga, nos joga para fora. E se decidirmos nadar contra, brigar, acabamos arrasados, exaustos, afogados. Acho que há momentos na vida em que é preciso saber esperar. Saber parar. Soltar os remos e fazer a posição de corredeira. Poupar energia, esperar o resgate, porque ele vem, sempre vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário