domingo, 11 de maio de 2025

Para todes






Nem toda mãe, mas sempre uma mãe. 

A louca, a distraída, a que sussurra e a que grita. A que dá conta, a que não, a que às vezes sim, às vezes nada. A que trabalha muito, a que abriu mão. A obssessiva, a esquecida, a que se preocupa- quase toda.

A equilibrada- equilibrista, a exagerada. A artista, a sensata, a maratonista. A que cozinha, a que queima o feijão. A que está sempre certa- quase toda. A que erra querendo acertar- toda, sem exceção. 

A que é visceral, a sonhadora, a super, a suficiente. A que transforma impossíveis, a real, a falível- todas nós. 

A que sabe demonstrar, a atrapalhada. A que vira bicho, que defende com unha e dente- quase toda, sempre uma mãe. 

Adotiva, biológica, emprestada, de barriga, de coração. Uma mãe, duas. Pai que é mãe, existe também. 

Mãe é quem cuida.

Para todas as pessoas que exercem esse papel, meus parabéns. Porque não é fácil, pelo contrário, é um baita dum desafio. Dá um trabalho danado e interminável.

Ao mesmo tempo, é a experiência mais bonita e transformadora que alguém pode ter. Tantos adjetivos, um verbo: maternar.

Para todas, para as minhas duas mães, em especial, pelo meu filho: obrigada.



quinta-feira, 1 de maio de 2025

Segundo receita nenhuma


Banana aveia e nozes
cacau canela ovos
uma pitada de açúcar
um limão azedo
de doce já basta
o fermento vencido
outras coisas vencidas
a dificuldade que é
seguir uma receita
dar certo mas insiste
inventar misturas
que fácil na vida
é desandar o bolo